quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Santos Inocentes: os Proto-mártires


Ainda no seguimento do tema da Fuga e do Regresso do Egipto, trago-vos hoje outra representação ligada aos anteriores: os chamados Santos Inocentes. As crianças de Belém e das áreas circundantes que foram assassinadas por ordem de Herodes, o Grande, foram considerados mártires mesmo não tendo consciência daquilo que se estava a passar. O evangelho de Mateus 2:16 mantém-se como a fonte primária para este relato: Herodes soube pelos magos, que havia chamado à sua presença, que uma estrela brilhante apareceu no céu e que o rei dos judeus havia nascido, como ditava a profecia. A sua intenção, como fizera saber aos magos, não era de prestar homenagem mas sim eliminar o seu rival. Contudo, após visitarem Jesus um anjo apareceu aos Magos indicando-lhes que não voltassem a Jerusalém, o que eles cumpriram. Herodes, percebendo que havia sido enganado e que não teria assim acesso à localizaçao de Jesus, ordenou o Massacre dos Inocentes. Todas as crianças do sexo masculino dos dois anos para baixo seriam assassinadas esperando assim ter a garantia de que Jesus estivesse entre elas (aqui já seu havia iniciado a Fuga). As passagens bíblicas não oferecem nenhum espaço temporal desde o momento da Natividade ate à Epifania. Então porquê a selecção das crianças até aos dois anos de idade? Os apócrifos respondem e arte foi buscar essa informação; Fica subentendido que nos Canónicos os dois momentos são quase simultâneos. Os apócrifos da infância, nomeadamente o de Pseudo-Mateus, conta-nos que a visita dos Magos se dois anos após a Natividade. Dai o fundamento para os meninos até essa idade e não os recém-nascidos.
Considerados os proto-mártires, são representados com a palma. O papa Pio V instituiu uma festa em sua memória, celebrada a 28 de Dezembro na Igreja Ocidental e 29 do mesmo mês na Igreja do Oriente.


Matteo di Giovanni, Massacre dos Inocentes, 1482, Convento de Santo Agostinho, Siena

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